domingo, 21 de novembro de 2010

1° Encontro Barriga Crescente em São Paulo

AMIGA DOULA APÓIA O EVENTO:

1º Encontro BarrigaCrescente
Descubra o seu jeito de ser mãe!

Informações e inscrições: http://www.barrigacrescente.com/index.html

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

LEI DO ACOMPANHANTE

Lei do Acompanhante no Parto
Nosso direito não está À VENDA!!!!

A partir de uma denúncia que relatou a cobrança de taxa em um hospital em Cuiabá-MT, o Ministério Público Federal no Mato Grosso firmou um Termo de Ajuste de Conduta com os hospitais particulares locais. Agora, todos eles terão de permitir a permanência do acompanhante de livre escolha da parturiente gratuitamente no acolhimento, pré-parto, parto e pós-parto imediato e afixar cartazes informando os direitos das gestantes. (http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias/dest_sup/mpf-mt-move-acao-contra-hospitais-por-cobranca-ilegal-de-taxa)

Se você foi impedida de ter seu acompanhante nesse momento tão delicado que é o nascimento de um filho, DENUNCIE.
Se cobraram uma taxa para a entrada do seu acompanhante no parto, para a roupa (taxa de paramentação), para ele pernoitar, para a alimentação do acompanhante, DENUNCIE.
Se impediram a entrada do seu acompanhante por ser homem, ou por ser mulher, ou por não ser o pai, DENUNCIE.

Toda mulher tem direito de ter um acompanhante de sua livre escolha no acolhimento, pré-parto, parto e pós-parto imediato.
Todo plano de saúde é obrigado a cobrir as despesas de um acompanhante por esse período. É obrigado a cobrir a taxa de paramentação, a alimentação e a acomodação adequada para pernoite.

Se você se sentir mais a vontade, peça "sigilo de dados pessoais" em sua denúncia.

Acesse: http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=lei_denuncie&ext=html

Dúvidas: leidoacompanhante@partodoprincipio.com.br

sábado, 4 de setembro de 2010

Pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é um fato que amedronta muitas gestantes e nessa vulnerabilidade acabam, muitas vezes, cedendo à cesareana sem investigar melhor sua variáveis e as condições propícias para o parto natural.
Leitura muito esclarecedora, escrito pela Dr. Melania.


Por Melania Amorim
08 de Novembro de 2005
A hipertensão complica cerca de 10% de todas as gestações, e pode se apresentar como pré-eclâmpsia (ou, nos casos mais graves, eclâmpsia), hipertensão crônica, hipertensão crônica com pré-eclâmpsia superposta e hipertensão gestacional. De acordo com um consenso realizado em 2000 nos EUA (National High Blood Pressure Education Program Working Group on High Blood Pressure in Pregnancy), através de uma combinação de medicina baseada em evidências com a opinião de especialistas, a definição de pré-eclâmpsia é dada por hipertensão (pressão arterial sistólica maior ou igual que 140mmHg e/ou diastólica maior ou igual que 90mmHg), que surge depois de 20 semanas de gravidez, associada com proteinúria (excreção de proteína na urina) > 300mg nas 24 horas. Esta é a classificação adotada atualmente no IMIP – Instituto Materno Infantil de Pernambuco em Recife (PE).


A presença de edema não faz mais parte dos critérios diagnósticos, porque não apresenta correlação com o prognóstico gestacional, visto que grávidas perfeitamente normais podem apresentar edema, mesmo edema generalizado. Exames como hemograma, uréia, creatinina, ácido úrico, contagem de plaquetas, testes de função hepática (transaminases) e bilirrubinas fazem parte da propedêutica complementar, mas não dos critérios diagnósticos. Estes exames servem para avaliar a gravidade da pré-eclâmpsia, mas o diagnóstico não depende de sua alteração.


A pré-eclâmpsia pode se sobrepor a uma hipertensão crônica pré-existente, quando então é dita pré-eclâmpsia superposta. Somente a pressão alta não permite o diagnóstico de pré-eclâmpsia. Existe a hipertensão gestacional, em que surge a hipertensão no final da gravidez e que é transitória, não se associa com proteinúria, nem riscos maiores para a mãe e para o bebê. Nessa circunstância, recomenda-se tranqüilizar a gestante, realizar os exames para afastar pré-eclâmpsia, avaliar o bem-estar fetal, e pode-se aguardar o trabalho de parto espontâneo. A hipertensão gestacional não indica a cesariana, e habitualmente também não requer a antecipação do parto, exceto se os níveis tensionais estão muito elevados (por exemplo, 160x110mmHg ou mais).


A pré-eclâmpsia é associada com algumas complicações, como o risco de eclâmpsia (a crise convulsiva), síndrome HELLP (há comprometimento do fígado, das plaquetas e anemia), descolamento prematuro de placenta, alterações da vitalidade fetal e aumento da morbidade e mortalidade neonatal. Entretanto, NÃO constitui indicação de cesárea. A indicação de interromper a gravidez vai depender da idade gestacional, da gravidade da pré-eclâmpsia e da presença ou não de complicações.


Antes de 34 semanas, e na ausência de complicações maternas ou fetais, é possível manter conduta conservadora nos casos de pré-eclâmpsia grave, para aguardar a maturidade fetal. Nesses casos, recomenda-se administrar corticóide (betametasona) para acelerar a maturação pulmonar do bebê. Drogas hipotensoras, como alfametildopa e bloqueadores dos canais de cálcio, são administradas para tentar controlar a pressão arterial. A partir de 34 semanas, em geral indica-se a interrupção da gravidez, que pode também ser necessária antes dessa idade gestacional, se surgirem complicações colocando em risco o bem-estar da gestante ou do bebê.
Entretanto, o parto vaginal é possível, e a cesárea será realizada somente se houver indicação específica e não pela pré-eclâmpsia per se. É claro que a chance de cesárea está aumentada, em virtude de algumas complicações (como o descolamento prematuro de placenta e alterações da vitalidade fetal, por exemplo) indicarem o parto imediato, porém em muitos casos pode ocorrer o parto normal, sem riscos para a mulher. O parto normal é preferível em diversas circunstâncias, porque os distúrbios da coagulação podem complicar a pré-eclâmpsia, e o risco de sangramento é, evidentemente, muito maior na cesariana em relação ao parto normal. Além disso, se houver redução acentuada da contagem de plaquetas (abaixo de 70.000/mm3), não pode ser feita anestesia regional (raquidiana ou peridural) e, na cesariana, a anestesia terá que ser geral, com maiores riscos.


Indução do parto também pode estar indicada em mulheres com pré-eclâmpsia, quando há a indicação de interrupção da gravidez, porém ainda não se desencadeou o trabalho de parto. Como o colo do útero pode não estar dilatado, utilizam-se geralmente comprimidos vaginais de misoprostol (um análogo das prostaglandinas). Deve-se monitorizar a freqüência cardíaca fetal e a contratilidade uterina. Em um trabalho recentemente realizado no IMIP, a taxa de partos normais após indução em mulheres com pré-eclâmpsia a termo foi de 74%.


O sulfato de magnésio está indicado para prevenção da eclâmpsia, e evidências consistentes, incluindo uma revisão sistemática da Biblioteca Cochrane, indicam que a droga é efetiva para reduzir a incidência de eclâmpsia e a morte materna, sem efeitos prejudiciais para o concepto. É possível que, durante o trabalho de parto, como o sulfato de magnésio diminui as contrações uterinas, seja necessário o uso de ocitocina.


Nos casos de pré-eclâmpsia leve, não há indicação geralmente de antecipar o parto, podendo-se aguardar até 40 semanas, desde que os níveis tensionais estejam controlados, gestante e feto em boas condições. Entretanto, devem ser amiudadas as consultas pré-natais, visando a detectar uma possível evolução do quadro para pré-eclâmpsia grave. Dieta equilibrada, repouso relativo, períodos de descanso em decúbito lateral esquerdo, também são recomendados. O parto normal, espontâneo, é perfeitamente possível nesta situação.


O ideal seria, realmente, prevenir, evitar a pré-eclâmpsia. Sabe-se que algumas mulheres têm maior risco: as que engravidam pela primeira vez, as hipertensas crônicas, as obesas e aquelas com história familiar de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia. Quem já teve pré-eclâmpsia ou eclâmpsia em gestação anterior também tem risco aumentado de desenvolver novamente a doença nas gestações seguintes. Estão envolvidos mecanismos genéticos, imunológicos, e uma série de mediadores bioquímicos, como prostaglandinas, endoperóxidos, radicais livres, citocinas... Todos estão relacionados ao processo de desenvolvimento da placenta, porque por algum motivo, genético-imunológico, ainda não completamente desvendado, não ocorre penetração adequada da placenta nas camadas do útero, e a unidade útero-placentária não é bem perfundida (oxigenada). Essa isquemia é que leva ao desencadeamento das alterações bioquímicas, que acabam por induzir hipertensão, proteinúria e efeitos diversos em vários órgãos e sistemas, incluindo rins, fígado, cérebro, coagulação sanguínea...

Infelizmente a prevenção ideal ainda não foi encontrada. Alguns estudos apontam que a suplementação de cálcio em populações com baixa ingestão pode prevenir a ocorrência de pré-eclâmpsia. Em mulheres com risco elevado, parece haver efeito benéfico o uso de aspirina em baixas doses, e recentemente tem sido proposta a suplementação das vitaminas C e E (estudos clínicos estão em andamento). Recomendações básicas são manter uma dieta equilibrada, tentar se enquadrar dentro dos limites normais de peso antes de engravidar e não ganhar peso excessivamente durante a gestação.


Este texto foi retirado do site "Amigas do Parto"
http://www.amigasdoparto.org.br/2007/index.php?option=com_content&task=view&id=275&Itemid=75
imagem: coracaosaudavel.terra.com.br/fotos/gravidez.jpg


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

III Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento


A ReHuNa - Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, tem grande satisfação em realizar a III Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, de 26 a 30 de novembro de 2010 em Brasília-DF, que abordará temas candentes, como a redução da morbimortalidade materna e perinatal, a redução dos índices de cesarianas desnecessárias, a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos e a humanização da assistência ao pré-natal, parto, pós-parto.

Carta dos Presidentes:

Sejam benvindos!

É com grande satisfação que lhe convidamos a participar da III Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, um evento dirigido a todas as pessoas interessadas em renovar seus conhecimentos sobre este rico campo de saberes.

Um dos objetivos desta III Conferência é dar visibilidade ao muito que vem sendo feito para tornar o parto e o nascimento experiências fortalecedoras para a mulher e sua(seu) recém-nascida(o), retirando dessa vivência a conotação de momento de grande sofrimento. Mesmo que estejamos dando especial foco às realizações no Brasil, abriremos espaço importante ao que ocorre em outras partes do mundo. Assim, nesta Conferência haverá destaque para os Painéis de Experiências Exitosas.

Um objetivo adicional é trazer as mais recentes inovações no campo do cuidado a mulheres e recém-nascidas(os), assim como autoridades já reconhecidas por suas grandes contribuições ao arsenal teórico do movimento.

Esta Conferência ainda objetiva favorecer as articulações entre cientistas, profissionais de saúde e ativistas do Brasil e do exterior, visando o fortalecimento do movimento nacional e internacionalmente.

Finalmente, por realizar-se em Brasília, esta Conferência se propõe a dar visibilidade política aos problemas existentes no cuidado a essa população vulnerável.

Contamos com a sua presença!

Daphne Rattner
Presidente da III Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento

Sobre a Conferência

A IIIª Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento tem por objetivos:

» Difundir e aprofundar o conhecimento sobre Humanização do Parto e Nascimento
» Dar visibilidade à experiencias exitosas de Humanização e redução de cesárias desnecessárias no Brasil e no exterior
» Lançar campanha de monitoramento da Lei Federal nº 11.108/2005, que garante a toda gestante a presença de um(a) acompanhante na sala de pré-parto, no parto e no pós parto nas unidades de saúde
» Sensibilizar novos parceiros na estruturação de serviços humanizados na assistência à gestação e ao parto e nascimento
» Facilitar o intercâmbio de saberes entre pesquisadoras(es), universidades, centros de pesquisa, órgãos públicos, maternidades, casas de parto e profissionais autônomas(os).
» Demandar de forma organizada novas políticas públicas de apoio à humanização do parto e nascimento;
» Discutir novos conceitos e experiências sobre o nascimento fisiológico nas diferentes culturas e sociedades;
» Realizar a III Conferência Internacional Sobre Humanização do Parto e Nascimento na cidade de Brasília- DF para potencializar as realizações referentes aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio nº 4 e 5.

Eventos Incluídos

» 20º Encontro Nacional de Gestação e Parto Natural Conscientes
» 18ª Plenária da ReHuNa
» 8º Encontro Nacional de Doulas
» 2º Encontro Internacional de doulas
» 1° Encontro Internacional da Relacahupan - 10 anos em rede
» Plenárias de movimentos sociais nacionais
» Reunião de movimentos sociais internacionais

Temas

» International MotherBaby Friendly Childbirth Initiative – Instituição Amiga do Binômio MãeBebê
» Humanização na legislação de países latino-americanos e Caribe: o que existe e como avançar
» A importância da atenção à interculturalidade nos sistemas de saúde
» A judicialização da atenção ao parto
» Violência Institucional na Atenção Obstétrica
» Atenção ao parto domiciliar
» Estudos comparativos de local de parto
» Participação da(o) parceira(o) no processo de cuidado da gestação e parto
» Formação de profissionais para o novo modelo
» Aspectos psicológicos da gestação e no parto normal
» Atenção humanizada ao RN patológico
» A importância das práticas de atenção ao parto na amamentação
» Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Infantil
Sobre o Logotipo do Evento

Uma figura humana que sugere a mãe grávida, outra que sugere o pai. Ambos estão sobrepostos gestando uma nova vida, um dentro do outro, fundidos e só o ventre está em evidência. O bebe é alimentado pela placenta da grande mãe terra sugere a integração com a natureza. O objetivo da III Conferência é aumentar os vínculos e as raízes na conduta pela dignidade no nascimento. Esse casal está representado com os 4 braços levantados, como galhos de uma grande árvore que representam os 4 pilares da Conferência. Os frutos, são os elementos de cor, com toda a sua diversidade representam os participantes, os convidados, as palestras os debates os novos projetos que vão surgir.

Criação - Bia Fioretti, publicitária e fotógrafa criadora do Movimento de Resgate da Essência do Feminino através das Parteiras - "Mães da Pátria" " Mothers of our Homeland" " Madres de la Tierra". http://maesdapatria.wordpress.com - maesdapatria@gmail.com

Visite o meu blog biafioretti.com

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Reportagem sobre Doulas

A estudante de jornalismo Pâmela Belliato e mãe do Malik, esse fofíssimo que eu estou segurando em seus primeiros minutos de vida! Dedicou uma matéria no jornal da Universidade de Mogi das Cruzes sobre a doula e parto humanizado.
Estou muito grata pela oportunidade, junto com Flávia Penido, de esclarecer aos leitores o papel da doula na saúde!

 
 Doula: profissional dedicada a acompanhar gestantes e a humanizar parto

Renata da Costa Rodrigues segura bebê recém-nascido em parto normal acompanhado por doula

A tradição de acompanhar as mulheres no parto remonta à época em que o nascimento acontecia tradicionalmente em casa. A mãe recebia de alguma mulher mais experiente o conforto e a sabedoria necessários para encarar o parto como um evento fisiológico. Para resgatar a natureza desse processo, uma profissional entra em ação: a doula. Do grego, “aquela que serve”, a palavra doula define basicamente a tarefa de proporcionar e bem-estar físico e emocional à gestante.
Para a doula e estudante de enfermagem Renata da Costa Rodrigues, “doula não é uma profissão, mas uma função muito antiga.” Ela conta que esta palavra foi usada em 1973 pela antropóloga Dana Raphael para se referir às mulheres que dão suporte a outras mulheres no momento de parir.
Desmistificar as dores do nascimento, orientar a futura mãe e conscientizar a família de que gravidez não é doença são apenas alguns de seus atributos. “No trabalho de parto, a doula procura manter a parturiente no controle de todo o processo, sugere posições para que ela se sinta mais confortável, trabalha a respiração e técnicas não farmacológicas para o alívio da dor, como massagem, banhos, relaxamento”, afirma Renata.
A presença da doula não substitui o marido: ele recebe orientação para se integrar e participar ativamente da chegada do novo membro da família. A doula pode atuar em todos os tipos de parto, seja hospitalar ou domiciliar. Para isso, é preciso o consentimento da equipe.
“A doula mostra que o parto natural é melhor para mãe e bebê. Às vezes, durante o processo do parto uma cesárea é necessária e nós estamos ali para apoiar a mulher. Nunca aconteceu de me pedirem para acompanhar uma mulher que escolheu cesárea”, explicou por e-mail a psicóloga e doula vinculada à rede Parto do Princípio, Flávia Penido.


Palavra de mãe
Penido tem formação em sistêmica familiar e é mãe de três filhos. “Eu costumo dizer que tive três partos normais, mas só me senti realizada no terceiro”. Na época, Flávia acompanhava futuras mamães voluntariamente. Ela foi amparada por uma doula e uma enfermeira obstetra. “Minha filha caçula nasceu em casa porque achei que era o melhor lugar para ela vir ao mundo. Não fizeram nenhuma intervenção, ninguém a levou de mim, meus filhos acordaram e a saudaram nos primeiros minutos de vida e meu marido ficou o tempo todo ao meu lado”, conta.
É comum que a doula se aproxime da família, comenta Flávia, que concilia à sua rotina a organização de uma roda de bate-papo sobre maternidade (a roda Bebedubem) em São José dos Campos (SP). “Às vezes viramos amigas, um pouco madrinha da cria delas. As mães voltam à roda, contam suas experiências e ficam amigas entre elas também”.
A atuação da doula não se restringe ao trabalho de parto. Muitas profissionais atuam como consultoras durante a gestação e pós-parto. Renata Rodrigues afirma que “cada doula tem uma maneira de trabalhar.” A experiência e a formação da profissional influenciam nos valores cobrados. Flávia Penido destaca: “Quem faz isso, faz porque ama. Tem um custo sair de casa à noite e ficar horas ou dias sem ver os filhos e o marido”. Em geral, o preço dessa assistência varia entre 300 a 1000 reais. Para quem não pode pagar, existem as doulas voluntárias, geralmente vinculadas a hospitais públicos.
Para ser doula, não é necessário ser da área da saúde. “A formação não é oficial, existem várias, mas é bom estudar muito além do curso. A doula não discute nem faz procedimentos médicos, não toma decisões sobre a saúde da mulher nem do bebê, mas ela precisa traduzir tudo isso para a mulher e para o marido”, complementa Flávia. Em São Paulo, a Secretaria de Estado da Saúde oferece curso preparatório gratuito.

Parto humanizado?
A humanização não é um tipo de parto, é um processo. Para Flávia Penido, “Humanizar é individualizar a atenção. Num hospital existe uma rotina de protocolos médicos. Muitos procedimentos são feitos em toda mulher e todo bebê sem real necessidade”. Para saber mais, acesse: amigasdoparto.org.br e doulas.com.br.


Pâmela Belliato
Jornal PAGINA UM - Edição 75 - UMC
http://www.myebook.com/index.php?option=ebook&id=42169
Página 6 - Saúde

quinta-feira, 1 de julho de 2010

SEM ANESTESIA!


Mais e mais mulheres optam por dar à luz sem anestesia

Quando passou a ser usada para aliviar as dores do parto, no século 19, a anestesia foi comemorada como uma conquista feminina. Hoje, mais e mais mulheres optam por dar à luz sem ela. A gente foi investigar por quê

No mundo todo cresce o número de mulheres que optam pelo parto sem anestesia. No Brasil, um dos campeões mundiais em cesariana, os índices ainda são pequenos, visto que, óbvio, a anestesia só pode ser dispensada no parto vaginal. Ainda assim, cada vez mais mães que buscam o parto natural, com o mínimo de intervenção médica, dispensam a dor da picada e enfrentam a das contrações, da dilatação e da expulsão do bebê. Onde quem opta pela cesariana, temendo o parto normal, vê dor, as mães que evitam a anestesia enxergam prazer. Segundo elas, sentir o nascimento do filho é uma delícia. Para algumas, comparável a um orgasmo.

No livro As 500 Melhores Coisas de Ser Mãe, das publicitárias Juliana Sampaio e Laura Guimarães, autoras do blog que virou programa de TV Mothern, a 29ª melhor descoberta da maternidade é “reconhecer o valor de ter nascido após a invenção da anestesia”; e a 30ª, “ou encarar um parto natural sem isso e descobrir-se mais forte e poderosa do que você jamais se imaginou”. Ou seja, questão de opção. Ninguém é mais mãe por sentir dor, claaaaro. Nem precisava dizer, mas a gente faz questão.

Na primeira vez que a anestesia foi usada com esse fim, corria o século 19. A rainha Vitória deu à luz seu oitavo filho sob efeito do clorofórmio. A peridural, usada até hoje, surgiria só no século 20. No Brasil, o governo passou a pagar ao SUS pela anestesia dada no parto normal apenas a partir de 1998. Na Europa, em geral, as anestesias continuam sendo evitadas. Em outros países, como Espanha, Portugal e nos Estados Unidos, são usadas de forma liberada, mas também cresce o movimento por menos intervenções.

Entre as razões citadas pelas mães para evitar a anestesia estão o desejo de perceber o momento em que os bebês nascem, sentir prazer durante o parto, evitar que os bebês tenham contato com os anestésicos e ter maior mobilidade para amamentar.

Segundo o neonatologista Carlos Eduardo de Carvalho Corrêa, filho de Victor e Silma, um procedimento sem anestesia estabelece rapidamente o vínculo materno. Ele cita estudos que mostram que bebês nascidos de partos sem a necessidade de anestesia, ao serem colocados sobre o ventre da mãe, logo após o nascimento, fazem um movimento em direção ao peito materno, o que não acontece com bebês nascidos sob intervenções anestésicas.

Diminuindo a dor
Mas como conseguir tudo isso? Uma das respostas é recorrendo ao apoio de uma doula, acompanhante de parto que, além de dar apoio e incentivo na hora mais dolorida, ensina técnicas de respiração que ajudam a diminuir o desconforto. A presença dessa profissional, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), diminui em cerca de 60% os pedidos de anestesia. Claro que fica muito complicado não fazer nenhuma preparação prévia e querer ter o filho a seco na hora...

Segundo a doula Cristina Balzano, mãe de Mônica, Miguel e João Pedro, o ideal é que a mulher não prenda o ar durante as contrações. “A respiração tranqüila, pelo abdômen, oxigena também melhor o bebê”, explica. Outras dicas são a escolha da melhor posição, que é individual para cada mulher, massagens e o contato com a água, seja numa banheira, ducha ou com compressas, já que, diz Cristina, a água é um excelente analgésico natural.

Foi a água que auxiliou Mariana Betioli, mãe de André. Compressas feitas nas costas ajudaram no trabalho de parto. “Queria sentir cada momento lúcida, à vontade e segura”. Já Daniela Aragão, mãe de Pedro, Bernardo e Julia, teve os três filhos em partos normais: o primeiro com anestesia; os outros dois, sem. Para ela, não há comparação. “Prefiro quando tenho controle e sei a hora em que tenho de fazer força. Trabalhar em sintonia com o bebê foi a melhor sensação que já vivenciei”.

O próprio organismo se encarrega de produzir substâncias que contribuem para aliviar a dor. “O trabalho de parto oferece as ferramentas para diminuir as sensações dolorosas, produzindo um incremento fantástico nas endorfinas (substâncias conhecidas como “analgésicos do cérebro”)”, diz o obstetra e homeopata Ricardo Herbert Jones, pai de Lucas e Isabel, que relata, no livro Memórias do Homem de Vidro, sua opinião sobre o tema. A incidência das anestesias nos partos que acompanha é de quase zero.

O cérebro tem um poder tão fantástico que basta a gente acreditar que não vai mais sentir dor para ter algum alívio. Segundo um estudo feito na Universidade de Michigan, nos EUA, a simples menção de que iriam receber um anestésico fez com que pacientes que tinham tomado uma substância causadora de dor registrassem um aumento na produção de endorfinas. Acontece que a substância não passava de um placebo, sem efeito nenhum.

O direito de optar
Mas é claro que você não precisa ser radical. É sempre muito bom saber que a gente pode optar pela anestesia se, na hora H, a dor for demais. Heather, mãe de Emily, Lucas, Logan e Anna Elisa, durante sua gravidez mais recente, não queria anestesia de jeito nenhum. Mas, na hora, a dor ficou forte demais. “Estava além do meu limite. Com certeza, a anestesia ajudou.”

O obstetra e acupunturista Marcos José Pires, pai de Leonardo e Nathalia, acredita que a analgesia de parto, se aplicada no momento certo, isto é, quando as contrações ficam mais fortes entre 6 cm e 8 cm de dilatação (o total é de 10 cm de dilatação do colo do útero, quando o bebê nasce), pode garantir que a gestante tenha um parto normal. “Já no início do pré-natal, a mulher se preocupa com a dor. Sabendo da possibilidade de um procedimento que melhore bem essa dor, elas ficam mais estimuladas a tentar o parto normal”.

E, acredite: depois da picada, você realmente não sente nada. É um alívio e tanto quando a coisa começa a ficar insuportável para os padrões de algumas mulheres. Nada de bancar a heroína, não é essa a idéia.

Segundo o obstetra, que também usa a acupuntura para aliviar a dor, a analgesia atua melhorando a evolução do parto normal, facilitando a descida do bebê e a dilatação. Mas o médico alerta que isso só acontece se for feita no momento adequado, com acompanhamento do obstetra e com anestesista experiente. Caso contrário, ela pode favorecer uma parada das contrações uterinas e dificultar a dilatação, aumentando o risco de cesariana.

A Dra. Daphne Rattner, filha de Heinrich e Miriam, técnica da área de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, acredita que mulheres que, sentindo-se bem acolhidas, acompanhadas por pessoas de suas relações e profissionais que lhe inspiram confiança conseguem, muitas vezes, controlar as contrações e até não sentir a dor. Porém, quando essas condições não ocorrem, aumenta a tensão e, conseqüentemente, a dor. Daí a importância da anestesia. O melhor é não fazer nada contra a vontade. A sua, óbvio. Se achar que não precisa, tente sem. Se achar que precisa, peça e pronto. Doa a quem doer. Só não pode doer mais do que você consegue (e quer) suportar.

Conheça os tipos de anestesia:
Local: a anestesia local serve, basicamente, para permitir a episiotomia – corte na vulva ou vagina na hora do parto.

Raquidiana baixa: realizada no período expulsivo, tem ação somente na região perineal e não tira a dor das contrações.

Analgesia de parto: feita durante o trabalho de parto, serve para diminuir ou tirar a dor da contração uterina e provocar anestesia na região perineal. Via cateter, vai sendo injetado anestésico de acordo com a necessidade de cada mulher. Existem duas técnicas, uma com bloqueio simples, peridural, e outra técnica de duplo bloqueio que associa a raquianestesia com a anestesia peridural.

Fonte: Deborah Trevizan/Terra
http://www.expressomt.com.br/noticiaBusca.asp?cod=76005&codDep=3
26/06/2010
Imagem: http://img.youtube.com/vi/KIbocPhT-OM/0.jpg  modificada

terça-feira, 29 de junho de 2010

MAMA SUTRA!


RISOS!!!

AMAMENTAÇÃO

A Amamentação é um momento muito especial e para que esse ato de afeto, vínculo e interação profunda entre mãe e bebê se estabeleça de uma maneira natural e prazerosa, às vezes, é preciso alguns "ajustes" para que o aleitamento possa fluir e a mãe se sinta confiante para nutrir o seu bebê, ainda mais, com conforto a ambos.

Esse é um trecho retirado do Caderno de Amamentação e Alimentação do Ministério da Saúde que proporciona ricas informações às mães no processo do aleitamento.


 DICAS DE AMAMENTAÇÃO:

Apesar de a sucção do bebê ser um ato reflexo, ele precisa aprender a retirar o leite do peito de forma eficiente. Quando o bebê pega a mama adequadamente – o que requer uma abertura ampla da boca, abocanhando não apenas o mamilo, mas também parte da aréola –, forma-se um lacre perfeito entre a boca e a mama, garantindo a formação do vácuo, indispensável para que o mamilo e a aréola se mantenham dentro da boca do bebê.
A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando uma concha (canolamento) que leva o leite até a faringe posterior e esôfago, ativando o reflexo de deglutição. A retirada do leite (ordenha) é feita pela língua, graças a um movimento peristáltico rítmico da ponta da língua para trás, que comprime suavemente o mamilo. Enquanto mama no peito, o bebê respira pelo nariz, estabelecendo o padrão normal de respiração nasal.
O ciclo de movimentos mandibulares (para baixo, para a frente, para cima e para trás) promove o crescimento harmônico da face do bebê.
A técnica de amamentação, ou seja, a maneira como a dupla mãe/bebê se posiciona para amamentar/mamar e a pega/sucção do bebê são muito importantes para que o bebê consiga retirar, de maneira eficiente, o leite da mama e também para não machucar os mamilos.


Uma posição inadequada da mãe e/ou do bebê na amamentação dificulta o posicionamento correto da boca do bebê em relação ao mamilo e à aréola, resultando no que se denomina de “má pega”. A má pega dificulta o esvaziamento da mama, levando a uma diminuição da produção do leite. Muitas vezes, o bebê com pega inadequada não ganha o peso esperado apesar de permanecer longo tempo no peito. Isso ocorre porque,
nessa situação, ele é capaz de obter o leite anterior, mas tem dificuldade de retirar o leite posterior, mais calórico.


Pega adequada ou boa pega:


Pega inadequada ou má pega

Além de dificultar a retirada do leite, a má pega machuca os mamilos. Quando  o bebê tem uma boa pega, o mamilo fica em uma posição dentro da boca da criança que o protege da fricção e compressão, prevenindo, assim, lesões mamilares.



Posição da Mãe – A mãe escolhe uma posição







 
• As roupas da mãe e do bebê são adequadas, sem restringir movimentos? Recomenda-se que as mamas estejam completamente expostas, sempre que possível, e o bebê vestido de maneira que os braços fiquem livres.


• A mãe está confortavelmente posicionada, relaxada, bem apoiada, não curvada para trás nem para a frente? O apoio dos pés acima do nível do chão é aconselhável(uma banquetinha pode ser útil).


• O corpo do bebê se encontra bem próximo do da mãe, todo voltado para ela, barriga com barriga?


• O corpo e a cabeça do bebê estão alinhados (pescoço não torcido)?


• O braço inferior do bebê está posicionado de maneira que não fique entre o corpo do bebê e o corpo da mãe?


• O corpo do bebê está curvado sobre a mãe, com as nádegas firmemente apoiadas?


• O pescoço do bebê está levemente estendido?


• A mãe segura a mama de maneira que a aréola fique livre? Não se recomenda que os dedos da mãe sejam colocados em forma de tesoura, pois dessa maneira podem servir de obstáculo entre a boca do bebê e a aréola.

 • A cabeça do bebê está no mesmo nível da mama, com o nariz na altura do mamilo?

 • A mãe espera o bebê abrir bem a boca e abaixar a língua antes de colocá-lo no peito?

 • O bebê abocanha, além do mamilo, parte da aréola (aproximadamente 2cm além do mamilo)? É importante lembrar que o bebê retira o leite comprimindo os seios lactíferos com as gengivas e a língua.

 
• O queixo do bebê toca a mama?
• As narinas do bebê estão livres?
• O bebê mantém a boca bem aberta colada na mama, sem apertar os lábios?


• Os lábios do bebê estão curvados para fora, formando um lacre? Para visualizar o lábio inferior do bebê, muitas vezes é necessário pressionar a mama com as mãos.


• A língua do bebê encontra-se sobre a gengiva inferior? Algumas vezes a língua é visível; no entanto, na maioria das vezes, é necessário abaixar suavemente o lábio inferior para visualizar a língua.


• A língua do bebê está curvada para cima nas bordas laterais?


• O bebê mantém-se fixado à mama, sem escorregar ou largar o mamilo?


• As mandíbulas do bebê estão se movimentando?


• A deglutição é visível e/ou audível?

É sempre útil lembrar a mãe de que é o bebê que vai à mama e não a mama que vai ao bebê. Para isso, a mãe pode, com um rápido movimento, levar o bebê ao peito quando ambos estiverem prontos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca quatro pontos-chave que caracterizam o posicionamento e pega adequados:

Pontos-chave do posicionamento adequado

1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo;

2. Corpo do bebê próximo ao da mãe;

3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido);


4. Bebê bem apoiado.


Pontos-chave da pega adequada

1. Mais aréola visível acima da boca do bebê;

2. Boca bem aberta;

3. Lábio inferior virado para fora;

4. Queixo tocando a mama.

Os seguintes sinais são indicativos de técnica inadequada de amamentação:

• Bochechas do bebê encovadas a cada sucção;

• Ruídos da língua;

• Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada;
• Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê solta a mama;

• Dor na amamentação;

Quando a mama está muito cheia, a aréola pode estar tensa, endurecida, dificultando a pega. Em tais casos, recomenda-se, antes da mamada, retirar manualmente um pouco de leite da aréola ingurgitada.


Retirado do Cadernos de Atenção Básica N°23
Saúde da Criança: Nutrição Infantil - Aleitamento Materno e Nutrição Complementar
Ministério da Saúde 2009
Na íntegra:
http://www.amigasdopeito.org.br/wp-content/uploads/2009/06/cadernoatenaaobasica_23.pdf

Com Carinho: Rê










sexta-feira, 11 de junho de 2010

ENAM - XI Encontro Nacional de Aleitamento Materno

Neste momento na cidade de Santos-SP está acontecendo o ENAM - Encontro Nacional de Aleitamento Materno e I ENACS - Encontro Nacional de Alimentação Complementar Saudável. Venho através desse post apoiar o encontro e declarar a importância que tem esses encontros de grandeza internacional no rumo do pensar a saúde no Brasil e no mundo.

Link do Site oficial ao lado esquerdo

O ENAM

O XI ENAM procurou ampliar a abrangência, incluindo em sua programação a temática da atenção apropriada ao parto. Em um país com taxas tão elevadas de cesarianas faz-se necessário o pensar coletivo para a incorporação de práticas que venham a favorecer a saúde tanto das crianças quanto de suas mães.


OBJETIVO:
O objetivo principal é propiciar o debate amplo sobre o aleitamento materno e a alimentação complementar apropriada e contribuir para o fortalecimento das redes sociais de apoio


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Apresentar e discutir as recomendações sobre aleitamento materno e alimentação complementar para subsidiar ações de educação alimentar e promoção da alimentação saudável na primeira infância;


• Divulgar as pesquisas recentes sobre aleitamento materno e alimentação complementar para fortalecer tecnicamente os profissionais que atuam na área;


• Apresentar os diagnósticos de municípios, regionais e nacionais do aleitamento materno para o estabelecimento de políticas, programase metas a serem atingidas, levando em conta os preceitos do SUS;


• Discutir e incentivar políticas voltadas para a alimentação saudável considerando os riscos e agravos à saúde na vida adulta;


• Apresentar as políticas governamentais e as ações promotoras do aleitamento materno considerando a participação dos diferentes setores da sociedade e o controle social;


• Propiciar uma arena de discussão entre gestores públicos da área da saúde infantil, estimulando a troca de experiências bem sucedidas;


• Fortalecer o intercâmbio entre pesquisadores da área da saúde, gestores públicos e técnicos atuantes nos serviços ligados à saúde infantil;


• Propiciar aos estudantes universitários a oportunidade de conhecer e criar vínculos com professores, pesquisadores e profissionais da área da saúde de diversas regiões do País.


PÚBLICO ALVO
O evento é dirigido aos profissionais de saúde e grupos comunitários de apoio que trabalham com a saúde de lactentes, crianças de primeira infância e mulheres, incluindo professores, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, fiscais da Vigilância Sanitária, trabalhadores do Programa Saúde da Família, gestores e técnicos municipais de saúde, profissionais de órgãos de defesa do consumidor, integrantes dos Conselhos Tutelares, Conselhos de Segurança Alimentar, das associações de profissionais ligados à nutrição e à saúde das mulheres e das crianças.


EDIÇÕES ANTERIORES
Veja aqui um breve resumo sobre as edições anteriores do ENAM. Esta versão foi construída por Rosana De Divitiis e Maria Lúcia Mühlbauer, a partir de uma base montada por Marcus Renato de Carvalho e com a colaboração de Amigas do Peito , Celina Valderez Kohler, Denise Arcoverde , Zuleika Thomson , Regina da Silva, Valderez Aragão, Roberto Vinagre e Eunice Begot Dantas.


1991 - Niteroi
1992 - Camaquã
1993 - Recife
1995 - Brasília
1997 - Londrina
1999 - Belo Horizonte
2001 - Salvador
2003 - Cuiabá
2006 - Porto Alegre
2008 - Belém

Com Carinho: Rê

domingo, 16 de maio de 2010

Evento na FSP: "Parto e Nascimento Respeitoso - Do trauma ao prazer"

Amig@s!


Divulgando mais um evento, este na capital (SP) na Faculdade de Saúde Pública/USP
Acompanhem a programação:

Evento na FSP: "Parto e Nascimento Respeitoso - Do trauma ao prazer"


Neste mês de maio, o Departamento de Saúde Materno-infantil da FSP promoverá um ciclo de seminários intitulado Direitos e Saúde Materna. No dia 19/05 será realizado o evento “Parto e Nascimento Respeitoso: do Trauma ao Prazer”.
Na ocasião, será inaugurada a exposição de fotografias em comemoração à Semana Mundial de Respeito ao Nascimento (SMNR) 2010 - "Parir e Nascer, do trauma ao prazer".
Os eventos são co-organizados pelo Departamento de Saúde Materno-Infantil da FSP; GEMAS – Gênero e Evidência, Maternidade e Saúde; e Parto do Princípio – Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa.
As inscrições para o evento “Parto e Nascimento Respeitoso: do Trauma ao Prazer serão isentas de taxa, e poderão ser feitas somente através deste site, até o dia 18/05.
Programação:


PARTO E NASCIMENTO RESPEITOSO: DO TRAUMA AO PRAZER


Data: 19/05
Horário: 14 às 17h
Faculdade de Saúde Pública – Auditório João Yunes


• 14:00 – Abertura: Gênero e Direitos Humanos no Parto Prof.ª Simone G Diniz
• 14:15 – Apresentação de vídeo com depoimentos de mulheres sobre suas experiências exitosas de parto e nascimento
• 14:30 – Apresentação da Rede Parto do Princípio: Mulheres e protagonismo no parto, do trauma ao prazer – Roberta Marcinkowski
• 15:00 – Transtorno de estresse pós-traumático pós-parto – Daniela de Ameida Andretto (Mestranda do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP)
• 15:30 – Satisfação no parto sob o ponto de vista das mulheres e dos profissionais de saúde – Helena Costa Lino (Mestranda do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP)
• 16:00 – Debate e relatos de experiências
• 17:30 – Encerramento


Serão fornecidos certificados de participação.


Mais informações com Simone G. Diniz - Tel 0 xx 11 3061 7124 - e-mail: sidiniz@usp.br


http://www.fsp.usp.br/boletim.php?&lang=pt&style=homepage&articleId=05151437201034&visionId=04110805200417&unitId=09111928200359&homepage=on

Com Carinho: Rê

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Parto na Água por Dra. Melania Amorim

Texto da Dra. Melania, grande referência em Ginecologia e Obstetrícia Humanizada no Brasil e no mundo.

PARTO NA ÁGUA

Muito tem se debatido sobre o parto na água: é seguro? Quais as vantagens? Há maior risco de infecção? Quais os riscos para o bebê? Existem contra-indicações? O fato é que cada vez essa modalidade de parto tem se tornado disponível em diversas maternidades e pode representar também uma opção
para os partos domiciliares (1).
A imersão em água durante o trabalho de parto tem sido referendada como um método útil para o alívio da dor do parto. Uma revisão sistemática disponível na Biblioteca Cochrane avalia a imersão em água durante o primeiro e o segundo estágios do parto (dilatação e expulsão, respectivamente) (2). Foram incluídos 11 ensaios clínicos randomizados (ECR) , dois dos quais avaliaram a imersão em água durante o período expulsivo. Nos ECR avaliando a imersão em água durante a fase de dilatação, observou-se significativa redução da dor e decréscimo da necessidade de analgesia farmacológica (peridural ou combinada). Os autores sugerem que a imersão em água durante o primeiro estágio do parto pode ser recomendada para parturientes de baixo-risco (2).


Nos dois ensaios clínicos avaliando o segundo estágio, ou seja, o parto assistido na água, não houve aumento do risco de desfechos maternos e neonatais adversos e verificou-se aumento da satisfação materna (3,4). No entanto, devido ao pequeno número de casos (240) e ao fato de várias mulheres randomizadas para ter parto na água na verdade pariram fora da água, não foi possível, as informações foram limitadas e os autores da revisão sistemática comentam que as evidências são insuficientes para recomendar ou contra-indicar o parto na água. Um outro ensaio clínico randomizado foi publicado depois desta revisão sistemática (5) e os seus resultados devem em breve ser incorporados, podendo gerar novas conclusões: neste estudo, verificou-se, além da redução da necessidade de analgésicos, menor duração do parto e redução do risco de cesárea no grupo que teve o parto na água.


Tendo em vista a escassez de ensaios clínicos randomizados (evidência nível I), e considerando que pode ser de fato difícil randomizar as mulheres para essa modalidade de parto, uma revisão sobre vantagens e desvantagens do parto na água deve se estender aos estudos observacionais, embora esses representem uma evidência de qualidade mais baixa (nível II) (6).


Alguns relatos de caso (7,8) sugerem efeitos prejudiciais para o recém-nascido, relacionando maior risco de desconforto respiratório no período neonatal. Entretanto, relatos de caso constituem um nível de evidência muito pobre (nível III ou IV), porquanto uma relação causal não pode ser estabelecida. Assim, estudos observacionais incluindo grande número de casos e comparando partos na água e fora da água devem ser privilegiados.


Um grande estudo publicado em 2004 comparou 3.617 partos na água e 5.901 controles (9). O parto na água se associou a redução das lacerações perineais, menor perda sanguínea e menor necessidade de analgesia de parto. Não houve diferença na taxa de infecção materna e neonatal. Outros estudos publicados nos anos subsequentes confirmaram esses achados, sugerindo que o parto na água representa uma alternativa valiosa e promissora ao parto fora da água (10, 11, 12, 13). O estudo mais recente foi publicado em 2007 e demonstrou ainda que a imersão em água se associou com menor duração tanto da fase de dilatação como da fase de expulsão do parto, sem aumento do risco de infecção materna e neonatal (14). Todos esses estudos destacam que critérios rigorosos de seleção foram observados e que essas conclusões só podem ser extrapoladas para parturientes de baixo-risco.


Uma preocupação constante de vários leigos e mesmo de alguns profissionais é o risco de aspiração de água, traduzido pelo receio de que “o bebê se afogue”. Devemos, porém, lembrar, que o bebê saudável só “respira” efetivamente quando sai da água. Imediatamente depois do nascimento em água morna (que inibe a respiração), o bebê se mantém como dentro do útero, quando estava imerso em líquido amniótico: a “respiração” não está estabelecida e as trocas gasosas seguem se efetuando através do cordão umbilical. Mantém-se intacto o reflexo de mergulho, de forma que mesmo uma ou duas gotas de água na laringe são suficientes para desencadear esta resposta, inibindo a inalação de líquido (15).


O risco de aspiração ocorre para os bebês deprimidos (com hipoxia grave), que podem até aspirar o próprio líquido amniótico e, por não terem um bom clearance pulmonar, não expelem o líquido aspirado (16). Deve-se concluir, portanto, que o parto na água não é uma boa opção quando existe o risco de sofrimento fetal e deve ser contra-indicado na presença de padrões anômalos de frequência cardíaca fetal (10-14, 17). Salienta-se que a monitorização da frequência cardíaca fetal é importante tanto para partos na água como fora da água, e seu rigor durante o trabalho de parto deve ser observado (17), de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) (18).


O American College of Obstetricians and Gynecology (ACOG) não tem posição oficial sobre o parto na água, e no Brasil a Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) também não se manifestou sobre o tema. Entretanto, na Inglaterra, tanto o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists como o Royal College of Midwives explicitamente apóiam a imersão de água durante o trabalho de parto e o nascimento, tendo publicado uma diretriz específica sobre o assunto (17).


Em suma, respondendo aos questionamentos no início deste artigo, podemos concluir que o parto na água representa uma opção segura para parturientes de baixo-risco que assim o desejem, devendo-se respeitar a autonomia feminina com respeito à decisão do local de parto. Existem algumas vantagens, como redução da necessidade de analgesia, redução de episiotomia e lacerações espontâneas, menor duração do primeiro e do segundo estágio do parto e maior satisfação materna. Não foi documentado maior risco de infecção materna ou neonatal. O risco de aspiração só existe para bebês deprimidos ou acidóticos, de forma que a ausculta fetal é essencial para monitorização do trabalho de parto. Gestações de alto-risco e presença de padrões anômalos de frequência cardíaca fetal representam contra-indicações para o parto na água.


Dentro de uma filosofia de respeito à autonomia materna, as mulheres devem ser informadas sobre as evidências disponíveis acerca do parto na água, devendo fazer uma escolha livre e esclarecida. Possíveis riscos e contra-indicações devem ser discutidos e, como em qualquer procedimento durante a assistência ao parto, deve-se obter a assinatura do termo de consentimento. Fundamental ainda é que o parto na água deve ser assistido por profissionais habilitados com experiência nessa modalidade (17).

Vídeo de parto na água assistido por nossa equipe e disponível no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=3YBHDbx5kEM


Melania Amorim, MD, PhD
http://guiadobebe.uol.com.br/parto/parto_na_agua1.htm
Publicação 06/05/2010


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Seminário de Humanização do Parto em Bauru

Divulgação do Seminário aos amigos da região e aqueles que tiverem a disponibilidade de se deslocar até Bauru. Será uma ótima oportunidade de aprimorar os estudos nessa linha de humanização e parto com profissionais muito bem conceituados. Aproveitem!

Com Carinho: Rê

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Nasceu Malik!

Celebrando a chegada de MALIK!

Acompanhei o parto de Pamela Belliato junto com seu marido Robson.
Quero parabenizar toda a família pelo mais novo membro e principalmente Pamela, grande guerreira  que superou muitos desafios para ter seu parto normal!!!
O parto aconteceu do Hospital São Francisco em Jacareí,  no amanhecer do dia 30 de abril. O "Rei" (significado de seu nome em árabe), Malik nasceu com 3,2kg, Apgar 9 (!!!) e o melhor de tudo: primeira gestação e sem laceração!

Relato de Parto e fotos em breve!

VIVA O NASCIMENTO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 

domingo, 25 de abril de 2010

''Epidemia de cesáreas'' contamina índias



Índice desse tipo de parto em hospitais de duas regiões do País está acima da média recomendada pela OMS



23 de abril de 2010
 Domingos, ENVIADO ESPECIAL / ALTAMIRA - O Estado de S.Paulo


Epidemia entre as mulheres brancas, a cesárea alcançou as índias. Embora o parto normal ainda seja predominante (87%) entre as índias, as cesarianas são cada vez mais frequentes, principalmente quando o nascimento ocorre num hospital. Nessa situação, corresponde a 22,1% dos nascimentos de índios nas Regiões Sul/Sudeste e 23,2% no Nordeste. O índice máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 15%. No ano passado, de todos os partos realizados na rede pública, 34% foram por cesariana.

Embora tenham rejeição cultural à cesárea, índias da região do Xingu, no sudoeste do Pará, têm se submetido muito a essa intervenção. A explicação de médicos e enfermeiras se baseia em dois fatores: o corpo quase infantil das mães, que engravidam a partir dos 11 anos, e o grau de parentesco com os pais.

Das 18 aldeias atendidas pelo sistema de saúde de Altamira, com uma população em torno de 2,5 mil indivíduos, a maior ocorrência de cesáreas está entre os Araras, que vivem nas margens do Rio Xingu, a cerca de 50 quilômetros. Como a população da aldeia é pequena, o casamento consanguíneo é comum entre eles, assim como a gravidez em idade infantil.


Winik Arara, de 19 anos, está grávida do terceiro filho. Este nascerá por intermédio de uma cesárea, assim como ocorreu com os dois anteriores. O primeiro, hoje com 6 anos, nasceu quando ela tinha 13. O segundo já está com 3 anos. Embora com três filhos, Winik tem corpo e rosto de criança.
Também da mesma aldeia, Tagati, com 16 anos, ainda convalesce da cesárea a que se submeteu para dar à luz o primeiro filho. Ela tem o rosto um pouco mais adulto do que o da colega. Sua saúde, porém, não está boa. Encontra-se muito pálida. Já um pouco mais velha - 35 anos -, Kokemã, também arara, está no quinto filho, que nasceu por intermédio de uma cesárea.
Todas elas estão sendo atendidas na Casa de Assistência ao Índio (Casai), em Altamira, mantida pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa). Enfermeiras cuidam dos doentes quando a situação não é grave. Em caso de emergência, eles são encaminhados para o Hospital Municipal.

Duas das enfermarias desse hospital atendem somente a população de origem indígena. As camas foram retiradas para que eles ponham lá suas redes. Assim que os partos por cesárea são feitos, as mães e os bebês são levados às redes, onde ficam até receber alta. Aí, são encaminhados à Casai. No mesmo hospital há um cartório, onde as mães podem tirar gratuitamente a Certidão de Nascimento dos filhos.
Arlinda de Souza, diretora do Hospital Municipal, disse que o Sistema Único de Saúde (SUS) repassa R$ 4,8 mil por mês para a instituição cuidar dos índios nas horas de emergência. Para ela, a verba é pequena, porque o hospital não cuida só dos partos, mas de todo tipo de atendimento. E às vezes há surtos de doença numa aldeia, como dengue.


Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100423/not_imp541945,0.php